terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Jantar-convívio de Natal

Muitos comem, bebem, outros dançam alegremente;
... Há ruídos absurdos?
- Não, são de festa e de exorcisação,
de absoluta libertação das canseiras,
dos monstros quotidianos
e da nossa vergonhosa submissão aos ditames do trabalho,
e às incertezas da própria existência!....

Alguns comem, outros bebem;
Outros demais saltam e riem desaforadamente;
...Há ruídos estranhos? Porventura ignóbis?
- Não, são de alegria e de escárnio,
pelo caminho que traçamos sem rumo, ou sem rede,
imbuídos da febre de conquista
dos nossos sonhos e excessivas ambições,
que teimamos sem escrúpulos atingir,
mesmo que estrangulados e dilacerados
antes do clímax final!....

Enquanto a noite passa turbulenta,
uns tagarelam, raros bebem, muitos dançam,
outros ao longe fumam num canto inconsequentemente;
...Haverá nesta amálgama quem ouça silêncios
acolhedores, vitais, reconfortantes?
- Sim, há quem veja ali amor,
aromas de rosas sem espinhos,
animais selvagens por eles próprios domados,
Espalhando a paz, e convívio em felicidade!
- Sim, há quem sinta sem temor,
que um dia ambicionaremos só carinhos,
e deste frenesim seremos escoltados
até aos campos da concórdia e da equidade!

domingo, 12 de outubro de 2008

Um Último Desejo

Queria que a vida decorresse com normalidade estonteante,
com sublime espontaneidade,
longe do horrível sufoco do inconstante e da penumbra,
para me fazer sorrir e de novo acreditar,
no enlevo da angelical voz do Amor,
que eu persigo de maneira tão amarrada
e por vezes assaz desconcertante!...

Queria de novo sentir sem restrições,
sem hesitações e sem quaisquer medos,
- mesmo que utopicamente -,
que amar é o fermento dos pequeninos,
e das boas e decentes almas;
que é a suave melodia apaziguadora da colérica frustração,
e da ira e da violência do drama;
que é a pacificação da discórdia e da tremenda Dor;
que também é o mel e a temperança
da indesejada e brutal desventura;

...e que é indubitavelmente a fonte natural
da nossa existência e da própria Vida!...


(António Luíz, Agosto-2007 ), in "VIDA - Paixão e Tormento" (2008)

sábado, 11 de outubro de 2008

Quiz ser feliz, quero sê-lo

Quiz ser feliz, teimo em querer sê-lo,
e não quero para ti tristeza,
quiz que fosses feliz, quero que o sejas,
pois p'ra mim só gostos queres concerteza.

A vida não tem escrúpulos,
e tanta vezes nos magoa,
mostraremos à vida os músculos,
pois que a férrea vontade não s' esboroa.

Esgueira-te sempre à má sorte,
não queiras da vida compaixão,
exige sempre dela a sublime dimensão.

Não há sonhos além da morte,
faz da Vida a tua sepultura,
e ancora-te com sorrisos à minha ternura!


( Dedidado a minha filha Susana; 09-02-2007; in "Eu e o Silêncio" , 2008).

Arfar por amor

Termino de novo a sublime batalha,
"nobre e selvagem" deste amor,
curvo-me perante a sua concretização
natural e irrecusável;
...em seu âmago, em seu último reduto,
a explosão vulcânica de febris emoções,
com sua expressão física de um dilúvio
torrencial e quente,
que me deixam a arfar por longos e longos minutos!...

Assim é meu anseio; assim eu quero!

---É o prolongar dos afectos,
e de todo aquele acto de fascínio e insensatez,
mas também tão inquietante e tão doce...

Daqui a segundos só terei "memória recente" dos mesmos,
e já não arfarei quase em dispneia!
Terei já saudades de tanta ternura
e da nossa voraz alquimia...

Amanhã já estarei tão longe da grande
amálgama destes pensamentos,
porque a vida rotineira de cansaços nos afogará de novo
em mares de outras tempestades,
tudo sendo então vertido no Livro
empoeirado das memórias,
até que tenhamos outra oportunidade
de voltar a arfar por amor,
na continuidade do resplandecer desta abrupta paixão,
que tanto nos toca e gentilmente domina...
(Agosto-2007 ; do livro "VIDA: Paixão e tormento")

O Mar - Analogia Dramática

A propósito da frase: "O Mar, em seu lugar....pôr um Relâmpago!"

- Oh mar que és tão leviano,
que n' areia te deleitas,
outras vezes tigre, desumano,
orgias de horror não rejeitas.

Usas a morte como amante,
acalmando o teu desespero,
sei que és torpe, e arrogante,
...porque te olham com esmero!?

Tens encanto, és magnificente,
tão soturno ficas ao luar,
...estímulo de paixão, sede de amar!

Por vezes és gélido, e maquiavélico,
temo que alguém se te compare,
se exceda, transfigure em ti, doce mar!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

perfil autobiográfico

Antonio pinto Oliveira, nasceu no Concelho de Espinho em 08-09-1948, viveu em Luanda entre 1954 e 1975, onde concluiu o Curso de Medicina e Cirurgia, em 1974.

Especializou-se em Orto-Traumatologia, no Porto, e Reparação do Dano Corporal (Estudos Médico-Juridicos) em Coimbra.

Escreveu um 1º livro de poesia em 1964 " Nostalgia", e um 2º livro em 1965 " Liricas".

Por dedicação profissional, apenas fez esporadicamente poemas até que concretizou um 3º livro " Eu e o Silêncio" em 1994 ( Edição própria), reeditado em 2008 após revisão ( Edições ECOPY).

Nos ultimos anos publicou poemas, e diversos artigos de opinião e crítica em Jornais do Porto, Espinho e Lamego.

Publicou e editou um outro livro de poesia " VIDA - Paixão e Tormento" ( Edições ECOPY) em 2008.

Tem na forja um outro livro intitulado " Andanças do pensamento: 12 temas polémicos", a publicar nos primeiros meses de 2009.

Tem em preparação (estudo) a sua autobiografia médica " Vicissitudes de uma carreira médica inesperada - Memórias".

meu perfil biográfico