terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Jantar-convívio de Natal

Muitos comem, bebem, outros dançam alegremente;
... Há ruídos absurdos?
- Não, são de festa e de exorcisação,
de absoluta libertação das canseiras,
dos monstros quotidianos
e da nossa vergonhosa submissão aos ditames do trabalho,
e às incertezas da própria existência!....

Alguns comem, outros bebem;
Outros demais saltam e riem desaforadamente;
...Há ruídos estranhos? Porventura ignóbis?
- Não, são de alegria e de escárnio,
pelo caminho que traçamos sem rumo, ou sem rede,
imbuídos da febre de conquista
dos nossos sonhos e excessivas ambições,
que teimamos sem escrúpulos atingir,
mesmo que estrangulados e dilacerados
antes do clímax final!....

Enquanto a noite passa turbulenta,
uns tagarelam, raros bebem, muitos dançam,
outros ao longe fumam num canto inconsequentemente;
...Haverá nesta amálgama quem ouça silêncios
acolhedores, vitais, reconfortantes?
- Sim, há quem veja ali amor,
aromas de rosas sem espinhos,
animais selvagens por eles próprios domados,
Espalhando a paz, e convívio em felicidade!
- Sim, há quem sinta sem temor,
que um dia ambicionaremos só carinhos,
e deste frenesim seremos escoltados
até aos campos da concórdia e da equidade!