Procuro compensar a azáfama,
o bulício brutal vivido
com o pandemónio do stress laboral;
o polegar firme
e a polpa do indicador
pressorizam minhas têmporas,
deixo que o índex se estenda
por toda a minha fronte,
cotovelo esquerdo sobre a mesa,
rodo o pescoço
sinto-o estalar e ranger
provocando dor surda
por estiramento muscular;
sobrelevo os ombros
despertando dor aguda nos trapézios,
assim permaneço alguns segundos
aceitando dor crucial por intencional;
dentro em breve atingirei
tranquilo relaxamento funcional!
.............................................................
Olhos ainda cerrados, visão dourada,
mar azul em ilha deserta;
a cabeça ainda lateja em torpôr,
mas é silenciada a ansiedade,
vai-se esbatendo a intolerância,
deixo escorrer a fadiga,
regressa o possível discernimento,
e os neurónios mostram-se felizes
por gradualmente poderem retomar
a fisiologia primária em suas sinapses!
..................................................................
Olhos agora entreabertos,
tranquilo , e com alguma serenidade
introspectivamente assumo:
- terei por certo escapado ao infarto,
mas não ao absurdo stress profissional!
- Como se pode assim louvar o trabalho?
quarta-feira, 15 de julho de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
ANIVERSARIO
Sessenta anos;
sonhei festejá-los com a Amizade,
o companheirismo, a Felicidade,
mas não deu.
Aniversário (quase) solitário:
existo eu e os meus sonhos,
e tantos silêncios tristonhos,
mas conforto quanto basta
pela surpresa da Susi (!)
Sessenta anos;
recusei convívio de " amigos",
em festejos tradicionais,
não por estafado capricho ,
nem por simples teimosia,
mas apenas porque teimam
em não respeitar meu presente,
em não aceitar uma vida,
"Vida de paixão e tormento",
que só a mim me estrutura
e me diz absoluto respeito!
Sessenta anos;
apenas quiz mostrar a todos
com bom senso e galhardia,
que estou vivo, muito vivo,
cultivando a chama da alegria,
entre tantos desenganos...
António Luíz, 08-09-2008
sonhei festejá-los com a Amizade,
o companheirismo, a Felicidade,
mas não deu.
Aniversário (quase) solitário:
existo eu e os meus sonhos,
e tantos silêncios tristonhos,
mas conforto quanto basta
pela surpresa da Susi (!)
Sessenta anos;
recusei convívio de " amigos",
em festejos tradicionais,
não por estafado capricho ,
nem por simples teimosia,
mas apenas porque teimam
em não respeitar meu presente,
em não aceitar uma vida,
"Vida de paixão e tormento",
que só a mim me estrutura
e me diz absoluto respeito!
Sessenta anos;
apenas quiz mostrar a todos
com bom senso e galhardia,
que estou vivo, muito vivo,
cultivando a chama da alegria,
entre tantos desenganos...
António Luíz, 08-09-2008
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terça-feira, 7 de julho de 2009
DO INICIO AO PRENUNCIO DO FIM
Um dia, subitamente,
como já não o visse há anos,
olhei o mar!
Vi-o sereno, tranquilo, condescendente,
e sobre ele uma brisa ténue e fugidia,
e nela dançavam radiosas borboletas,
felizes no seu vai-vém,
como se pincelassem rabiscos coloridos
em tela imaginária!...
Naquele mar eu vi ternura,
estremeci pleno de vida,
gritei pojante pela paixão,
e decidi aventurar-me numa viagem,
feita de embalo e regozijo,
pois por certo eu perderia
as garras de sangue da solidão!
Valeria sempre a pena humana aventura,
um tão fácil e imperdível navegar,
sobre um mar sereno, de paz onírica,
ja que impensável seria naufragar!...
Parti agarrado ao leme,
qual comandante eufórico e feliz,
mas a viagem não foi longa,
por absurda intempérie descomunal,
e a um porto vizinho tive que encostar,
dado o iminente risco de naufragar!...
Hoje há um cais de subtil amarração,
não vislumbro as dançarinas borboletas,
mantenho-me seguro em cais de abrigo,
esperando sonhador por nobre brisa,
que me alcandore e me submeta
às Leis da bela Natura,
mas também da confiança e do amor!
Antonio Luíz ( 07-07-2009) - VN Gaia
como já não o visse há anos,
olhei o mar!
Vi-o sereno, tranquilo, condescendente,
e sobre ele uma brisa ténue e fugidia,
e nela dançavam radiosas borboletas,
felizes no seu vai-vém,
como se pincelassem rabiscos coloridos
em tela imaginária!...
Naquele mar eu vi ternura,
estremeci pleno de vida,
gritei pojante pela paixão,
e decidi aventurar-me numa viagem,
feita de embalo e regozijo,
pois por certo eu perderia
as garras de sangue da solidão!
Valeria sempre a pena humana aventura,
um tão fácil e imperdível navegar,
sobre um mar sereno, de paz onírica,
ja que impensável seria naufragar!...
Parti agarrado ao leme,
qual comandante eufórico e feliz,
mas a viagem não foi longa,
por absurda intempérie descomunal,
e a um porto vizinho tive que encostar,
dado o iminente risco de naufragar!...
Hoje há um cais de subtil amarração,
não vislumbro as dançarinas borboletas,
mantenho-me seguro em cais de abrigo,
esperando sonhador por nobre brisa,
que me alcandore e me submeta
às Leis da bela Natura,
mas também da confiança e do amor!
Antonio Luíz ( 07-07-2009) - VN Gaia
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