terça-feira, 25 de janeiro de 2011

RIO EM DESESPERO

Corre rio corre,
corre desenfreado,
a brutal enxurrada
descaracterizou-te,
embruteceu-te;
Levas vidas que afogas
diabolicamente,
porque tudo inundas
além do teu leito que te não basta!
......................
Fustígas-nos a alma
submissa e impotente,
enquanto olhamos a TV,
visualizando dramáticos confrontos
entre a morte e a vida
de seres vivos despojados,
trucidados
mas sobretudo inocentes!
.......................
Dás crédito à revolta da natureza,
à força incomensurável
dum Planeta bom
que nos acolheu,
mas hoje tristemente abandonado à sua sorte
por culpa de humanos indígnos,
tresloucados,
não merecedores da cohabitação.

Corre rio corre,
corre desesperado,
porque em teu feroz seio
também levas os gritos e lágrimas
dum Planeta que chora
inexoravelmente a sua desdita!...

(Antonio Luíz, 20-01-2011)

2 comentários:

Olivia Manuela disse...

"rio em desespero" reflecte bem o sentimento que inunda seu coração. É preciso bracejar e fugir da "enxurrada" antes que esta destrua totalmente a S/ vida! Terá com certeza, a oportunidade de ver o leito do rio a correr calmamente e, nas suas margens vislumbrar momentos de felicidade, alegria e sossego!! ... nada mais belo que ver as nossas crianças a brincar...

António Pinto de Oliveira (António Luíz) disse...

Manuela, espe poema não é lírico, de facto não tive essa intenção. Quiz mesmo denunciar e refletir sobre as consequências do mau tempo, como resultado direto do enorme mal que os humanos fazem a este planeta!...um rio desesperado após uma verdadeira enxurradaé uma dor de alma...mas felizmente eu não ia, nem me situo (para já) na enxurrada! É arriscado ver lirismo onde ele não está....leia de novo o Poema...Obrigado pelo comentário.