quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A SELVA DA PAIXÃO ( soneto )

A águia encolheu as garras, e é agora uma andorinha, mas voa sem ter amarras à vida que ainda é minha! Sou lobo mas não matreiro, não fujo de tempos maus, sou por vezes dócil cordeiro a quem atiram varapaus! Depois do amor da andorinha vem o pior ódio da águia: - a vida de guerras se constrói! Do cordeiro não há rasto, e o lobo então se agiganta: - luta, pois o amor não se destrói! António Luíz - Agosto de 2013

ALMA EM ESTERTOR

I - Como um peixe que se agita fora de água, como animal ofegante em matadouro, assim está minha imensa mágoa, por não te ter em meu ancoradouro. II - Como um touro cravado em sua lide, como raposa presa em ratoeira, assim é o desespero que me agride, por não te ter dócil e matreira. III - Há um vazio cruel em meu peito, as noites são tão longas e temerosas, meu querer se incendeia contrafeito, vagueio em sonhos sobre vagas alterosas! António Luíz - Agosto de 2013