domingo, 12 de outubro de 2008

Um Último Desejo

Queria que a vida decorresse com normalidade estonteante,
com sublime espontaneidade,
longe do horrível sufoco do inconstante e da penumbra,
para me fazer sorrir e de novo acreditar,
no enlevo da angelical voz do Amor,
que eu persigo de maneira tão amarrada
e por vezes assaz desconcertante!...

Queria de novo sentir sem restrições,
sem hesitações e sem quaisquer medos,
- mesmo que utopicamente -,
que amar é o fermento dos pequeninos,
e das boas e decentes almas;
que é a suave melodia apaziguadora da colérica frustração,
e da ira e da violência do drama;
que é a pacificação da discórdia e da tremenda Dor;
que também é o mel e a temperança
da indesejada e brutal desventura;

...e que é indubitavelmente a fonte natural
da nossa existência e da própria Vida!...


(António Luíz, Agosto-2007 ), in "VIDA - Paixão e Tormento" (2008)

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