quarta-feira, 15 de julho de 2009

DESCOMPRESSÃO

Procuro compensar a azáfama,

o bulício brutal vivido

com o pandemónio do stress laboral;

o polegar firme

e a polpa do indicador

pressorizam minhas têmporas,

deixo que o índex se estenda

por toda a minha fronte,

cotovelo esquerdo sobre a mesa,

rodo o pescoço

sinto-o estalar e ranger

provocando dor surda

por estiramento muscular;

sobrelevo os ombros

despertando dor aguda nos trapézios,

assim permaneço alguns segundos

aceitando dor crucial por intencional;

dentro em breve atingirei

tranquilo relaxamento funcional!

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Olhos ainda cerrados, visão dourada,

mar azul em ilha deserta;

a cabeça ainda lateja em torpôr,

mas é silenciada a ansiedade,

vai-se esbatendo a intolerância,

deixo escorrer a fadiga,

regressa o possível discernimento,

e os neurónios mostram-se felizes

por gradualmente poderem retomar

a fisiologia primária em suas sinapses!

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Olhos agora entreabertos,

tranquilo , e com alguma serenidade

introspectivamente assumo:

- terei por certo escapado ao infarto,

mas não ao absurdo stress profissional!

- Como se pode assim louvar o trabalho?

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