terça-feira, 7 de julho de 2009

DO INICIO AO PRENUNCIO DO FIM

Um dia, subitamente,
como já não o visse há anos,
olhei o mar!
Vi-o sereno, tranquilo, condescendente,
e sobre ele uma brisa ténue e fugidia,
e nela dançavam radiosas borboletas,
felizes no seu vai-vém,
como se pincelassem rabiscos coloridos
em tela imaginária!...

Naquele mar eu vi ternura,
estremeci pleno de vida,
gritei pojante pela paixão,
e decidi aventurar-me numa viagem,
feita de embalo e regozijo,
pois por certo eu perderia
as garras de sangue da solidão!

Valeria sempre a pena humana aventura,
um tão fácil e imperdível navegar,
sobre um mar sereno, de paz onírica,
ja que impensável seria naufragar!...

Parti agarrado ao leme,
qual comandante eufórico e feliz,
mas a viagem não foi longa,
por absurda intempérie descomunal,
e a um porto vizinho tive que encostar,
dado o iminente risco de naufragar!...

Hoje há um cais de subtil amarração,
não vislumbro as dançarinas borboletas,
mantenho-me seguro em cais de abrigo,
esperando sonhador por nobre brisa,
que me alcandore e me submeta
às Leis da bela Natura,
mas também da confiança e do amor!


Antonio Luíz ( 07-07-2009) - VN Gaia

Sem comentários: