segunda-feira, 9 de agosto de 2010

BEBER ( ou porque bebo )

Bebo consciente,
p'ra me libertar da solidão,
aquela que paira dentro de mim;
Bebo p'ra me sentir feliz,
ou porque me encontro feliz;
.............................................
bebo porque sou livre,
e nunca p´ra me apoderar da liberdade!
.............................................
bebo p'ra compreender o ser humano
que tanto me desilude,
bebo p'ra sentir de forma efémera
que o mundo afinal é feliz
e que ele permite por instantes
que meus sonhos sejam viáveis!
..........................................
mas bebo porque sou livre
nunca p'ra me apoderar da liberdade!
..........................................
bebo p'ra fugir à rotina
que me desnorteia e trucida,
mas não bebo por paixão
ou sequer por dependência;
Bebo por lúcido desafio
P´ra sentir que vale a pena a Vida;
bebo p'ra sentir que há um amigo
ao dobrar de cada esquina,
bebo p'ra mitigar a tristeza
e compensar a incredulidade,
o desamor e a frustração!
..................................
Mas juro que acima de tudo
bebo porque sou livre,
não p'ra me apoderar da liberdade
nem viver o desvario
de uma qualquer perversa emoção...

(António Luíz, in Poesia pragmática / Poemas de Vidas
- próxima publicação )

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