terça-feira, 17 de agosto de 2010

ENCRUZILHADA DE TEMPOS

Viajo na estrada,
ao volante da subconsciência,
viajo no meu tempo,
entro no meu Eu,
num lamaçal que me não larga,
mas não me imobiliza;
Aos olhos enevoados
assumem frias lágrimas,
entrelaçam-se pensamentos...

...mas naquela tarde que disseste?
- Que bebi um trago a mais por estar feliz?
...não, é óbvio que não foi!
- Ou por ser distraído?
...quero aceitar que não, ou talvez!

Mas em consequência da "injúria"
o que fizemos um ao outro?
Criamos enorme distância
derrubamos nossos muros de veludo!

Mas o que deveríamos dizer
ou já ter dito um ao outro?
Que por força da incompreensão
e da marginalidade de alguns
poderíamos beber um copo a mais,
todos os dias,
e deixar-nos fluir na solidão?!
Mas não, isso não,
produziria estígmas, maus sinais,
corroeria nossas aparências,
e apesar de ser óbvio e humano
de forma lúcida rejeitamos...

...Sigo a doutrina pragmática
que em boa verdade ensina,
que mais vale "in concreto" ser
que por falsa verdade parecer,
e sobretudo quando amamos!

(Antonio Luíz, 05-08-2010)

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