terça-feira, 17 de agosto de 2010

TURBULENCIA EM FIM DE FÉRIAS

De súbito, quando menos se esperava,
ao cabo de férias solarentas,
instalaram-se penumbras e sombras,
dos olhos brotaram cascatas de água,
abateu-se o silêncio, a desilusão
sobre nossas vidas,
sobre um grandioso sonho,
que se gorou esfumando-se
como um enorme transatlântico
desaparecendo lá longe no horizonte!...

...Há um vácuo, um estridente vazio,
um espaço turbulento sem nada,
em nosso quarto ainda ferve amôr
apenas de outrora;
mas hoje vingam invernos gélidos
de saudades, e vigoram sonhos
de mágoas cataclísmicas que doem e ferem
como pesadelos!...

...O silêncio extingue-se na nossa mudez,
vai-nos separando por demais;
entre nós há farrapos de lembranças
que tentam reagrupar-se
procurando recriar correntes
de espesso fio, ou corda ou aço;
- mas que importa?
Vencerão esta chuva tão ácida?
Resistirão por absurdo ao tempo,
enquanto um disforme transatlântico
De novo regresse
Repleto de ilusões,
ou de novas promessas de amor
a qualquer hora da madrugada?...

...Assustam-me tamanhas incertezas!...

( Antonio Luíz, o4-08-2010 )

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